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Por que tantos homens matam mulheres: raízes culturais e o machismo estrutural

  • Foto do escritor: Comunicação STILASP
    Comunicação STILASP
  • há 12 horas
  • 2 min de leitura

Apesar de décadas de avanços legais, o Brasil continua a conviver com uma realidade chocante: mulheres sendo mortas apenas por serem mulheres. 


Segundo o mais recente levantamento do Monitor de Feminicídios no Brasil em 2024 foram registrados 1.859 feminicídios. Esse dado representa, em média, quase 6 mulheres assassinadas por dia. 


A maior parte das vítimas é jovem: cerca de 70,5% tinham entre 18 e 44 anos. E, em uma análise dolorosa da desigualdade estrutural, mais de 60% das mulheres assassinadas eram negras. Ainda mais: na maioria dos casos, o agressor era companheiro ou ex-companheiro da vítima, e os crimes ocorreram dentro da própria casa. 


De acordo com a promotora de justiça Silvia Chakian, que integra a Promotoria Especializada de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar e coordena o Núcleo de Atendimento a Vítimas e a Ouvidoria das Mulheres no Ministério Público de São Paulo, os feminicídios não são tragédias isoladas, mas sim consequência de um contexto de desigualdade de gênero profundamente enraizado.


O entendimento é que, mesmo com leis protetivas como a Lei Maria da Penha, que existe desde 2006,  a persistência do machismo estrutural e a naturalização da violência contra a mulher mantém o Brasil num ciclo de violência. 


A violência começa antes do feminicídio: com controle, ameaças, agressões psicológicas e físicas, sinais de alerta que nem sempre são reconhecidos ou denunciados a tempo. Ou seja, o feminicídio é o ponto final de um processo de dominação, de desvalorização da mulher, de controle sobre seu corpo, sua liberdade e sua autonomia, elementos que precisam ser combatidos antes que seja tarde demais.


Para reverter esse quadro é preciso mais do que legislaturas bem redigidas: é preciso transformar a cultura, educação anti machista desde a infância, denunciar violências e reforçar as redes de apoio e proteção. E é imprescindível que a sociedade toda se envolva, porque feminicídio não é problema de mulher, mas problema de direitos humanos, de respeito e de civilidade. 


O feminicídio é a face extrema de um sistema que ainda tenta controlar, silenciar e submeter as mulheres e só se sustenta porque o machismo segue sendo naturalizado nos lares, nas escolas, nos locais de trabalho e até nas instituições que deveriam proteger. Por isso, o enfrentamento não pode ser morno, precisa ser firme, coletivo e permanente.


Nos colocamos de forma intransigente contra qualquer forma de machismo, violência e opressão. Nosso sindicato defende que nenhuma mulher deve morrer por ser mulher, nenhuma deve ser calada, nenhuma deve ser intimidada. A luta por condições dignas de trabalho passa, necessariamente, pela luta por respeito, autonomia e igualdade.


Seguiremos denunciando e enfrentando a cultura machista onde ela estiver, dentro das fábricas, nas negociações, nas ruas. Combater o feminicídio é tarefa de toda a sociedade, não recuaremos diante desse compromisso.


Participe da mobilização nacional Mulheres Vivas no próximo domingo (07/12) às 14h, no MASP - Av. Paulista, 1578 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01310-200


Enquanto houver violência contra as mulheres, não haverá justiça social!


Comunicação STILASP 🤝


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