Seminário debate o fim da escala 6x1 e a luta por jornadas mais humanas

São Paulo, 25 de abril de 2025 — Nesta sexta-feira, líderes sindicais, especialistas e parlamentares se reuniram no seminário "Fim da Escala 6x1: A Luta pela Redução da Jornada de Trabalho e o Impacto na Vida das Pessoas", promovido pelo deputado estadual Antonio Donato (PT-SP). O evento, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, no auditório Franco Montoro, teve como objetivo discutir os impactos da jornada exaustiva de seis dias de trabalho por um de descanso e propor alternativas mais humanas e produtivas para os trabalhadores brasileiros.

A história da luta por direitos trabalhistas

A primeira mesa do seminário abordou a trajetória histórica da luta pela redução da jornada de trabalho, destacando a origem do Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio. Participaram da discussão:

• José Luiz Del Royo (escritor)

• Ricardo Patah (presidente da UGT)

• Fabiana Carla (técnica do DIEESE)

• Raimundo Suzart (presidente da CUT-SP)

• João Carlos Gonçalves, Juruna (secretário-geral da Força Sindical)

Os palestrantes ressaltaram que a conquista da jornada de oito horas diárias foi resultado de décadas de

mobilização dos trabalhadores e que, atualmente, é necessário avançar rumo a jornadas ainda mais reduzidas, promovendo o bem-estar físico e mental da classe trabalhadora, além de ganhos em produtividade.

Os impactos da escala 6x1 na saúde dos trabalhadores

Durante o seminário, foram apresentados dados alarmantes que demonstram os riscos associados às longas jornadas. Um estudo conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que, em 2016, mais de 745 mil pessoas morreram em decorrência de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais relacionados ao excesso de trabalho, especialmente entre aqueles que ultrapassam 55 horas semanais.

Esses números reforçam a urgência de repensar modelos de trabalho que colocam a produtividade acima da saúde e da dignidade dos trabalhadores.

A realidade da escala 6x1 nas empresas

A segunda mesa trouxe experiências concretas de trabalhadores submetidos à escala 6x1. Participaram:

• Leozildo Aristaque Barros (presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Franco da Rocha – SECFR)

• Diretor do SECFR que trabalha na Amazon

• Roberval Pedrosa (advogado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo – STILASP)

• Carlos Zarattini (deputado federal)

• Dra. Walkiria Daniela Ferrari (advogada do SECSP)

O advogado Dr. Roberval Pedrosa, representando o STILASP, destacou a importância da mobilização dos trabalhadores contra jornadas desumanas. Ele relatou a greve realizada na Pepsico, em Itaquera, em 2024:

"A greve foi um marco na luta contra a escala 6x1. Os trabalhadores estavam exaustos, sem tempo para a família ou para o lazer. Conseguimos, com muita luta, abrir um canal de diálogo com a empresa e expor as consequências desse modelo de trabalho", afirmou.

O papel da Mulher no mundo do trabalho

O seminário também abordou a importância da mulher no mercado de trabalho e os desafios enfrentados por elas, como a dupla jornada e a desigualdade salarial. As participantes enfatizaram a necessidade de políticas que promovam a equidade de gênero e apoiem as mulheres trabalhadoras. Foi ressaltado que a luta por jornadas mais humanas também passa pela valorização do trabalho feminino e pela construção de um ambiente profissional mais justo e inclusivo.

O STILASP na luta

A participação do STILASP neste seminário reforça nosso compromisso com a defesa da dignidade e da saúde dos trabalhadores da alimentação. Seguiremos firmes na luta por jornadas mais justas, que garantam tempo para o descanso, o lazer e a convivência familiar.

#FimdaEscala6x1

Comunicação STILASP 🤝